Mecê já leu ô seu dotô
A profecia do véio
Mané Sinhô?
Diz o véio Mané Sinhô
Que na era de setenta
Não precisa d’água benta
Pra miséria se acabá
Quem chega lá
Nunca mais vai vê pobreza
Só vai vê mesmo é riqueza
Etecétera e coisa e tá
Mecê já leu?
Diz a mesma profecia
Ninguém mais veste mulambo
Rua feita de mucambo
Vai ser coisa de museu
Adoeceu toda classe mediana
Só ficou mesmo bacana
Pois o pobre já morreu
Mecê já leu?
Eu não sei por que razão
Diz o véio Mané Sinhô
Que pro gosto do dotô
Vai o pobre se arrasar
Pra cozinhar, pra plantar
Todo esse chão
Quem será que vai ficar?
Mecê já leu?